segunda-feira, 12 de março de 2012

Amor ou Doença?


- Alô?

- Oi meu querido.

- Quem está falando?

- Achei mesmo que não me reconheceria, entretanto sou a pessoa que irá se casar amanhã e acho você deve ter recebido meu convite.

- Ah sim, agora estou lembrado de você. É que faz tanto tempo e você sabe que tenho a memória horrível, mas a que devo a honra dessa ligação "mademoiselle"?

- Não sei o que te dizer sinceramente. É... Que... Era para você ter recebido uma carta junto com o convite.

- E posso saber por que não recebi querida?

- Acho que por falta de coragem.

Depois de um tempo bem curto, que para ela pareceu uma eternidade, ela resolve continuar:

- Então esse é o motivo deu te ligar, é... Deixe-me ver, quatro horas da manhã, sei que odeia ter o sono interrompido, mas é para uma justa causa, pelo menos para mim é, pois quero lê-la para você.

- À vontade "mademoiselle". Sou a todo ouvidos.

- Ok. Vamos lá então.

 Ela engole a seco, toma ar e continua:

- Lembra que você falou, que quando eu ficasse mais velha ia ser um mulherão? É acho que você acertou, não querendo me gabar, mas os rapazes comentam, e como comentam.

Ela da uma risada, tentando aparentar calma.

- Mas não é por isso que te escrevi. Escrevi para dizer que me caso amanhã, mas acho que isso você já deve saber, então lhe escrevi pra dizer que gostaria de me casar com você amanhã. Porém não foi possível.

Mas também não escrevo para lhe culpar por ter me feito esconder esse amor, hoje eu sei que deveria ter contado, hoje eu sei que deveria ter posto tudo em jogo, ter escolhido o famoso tudo ou nada, mas eu fui fraca, o meu medo de te perder foi maior, o medo de você nem me responder simplesmente oi, o medo de perder o que eu tanto queria que fosse meu, mas nunca foi de ninguém, por ter sido de todas ao mesmo tempo. Diga a sua mulher que falei que ela tem sorte demais, que ela não imagina o tanto de sorte que ela possui, por ter você. Eu procurei alguém igual a você, no mundo inteiro, mas não achei, não achei, eu juro que o vasculhei de cima a baixo, porém achei alguém tão amável, que me recolheu tão bem, que aceitei me casar com ele.

Porém, eu gostaria tanto de ter achado, só queria que uma coisa, que ele tivesse de diferente de você, não me ameaçasse, não falasse que se descobrisse que nasceu um sentimento eu seria esquecida como se jamais tivesse me entregado de corpo e alma nisso tudo.

Eu quero que saiba que eu me lembrei de você todos os dias da minha vida, todos os 365 dias do ano, ou até os com 366 dias, todas as manhãs, todas as tardes, todas as noites, todas às vezes antes de tomar banho, todas às vezes que me olhei no espelho, todas às vezes antes de pousar a cabeça no travesseiro.

Mas isso acaba aqui, ou melhor, espero que acabe amanhã, eu sei que para você deve ter acabado bem antes quando a gente parou de se ver, quando parecia que tínhamos perdido o contato, porém quero que saiba, que eu nunca perdi você de vista, lhe asseguro disso, falando nisso parabéns pelos filhos são lindos, a cara do papai babão. Amanhã, me caso amanhã e, por favor, , quero me despedir, quero dar o último abraço e o último leve beijo, que só você tem.

- Alô? Alô?

Ele percebe que agora só tem ele e o mudo do telefone e...

                                                                                                           

                                                                                                        Continuação na próxima postagem.

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